sábado, 27 de outubro de 2007

O PODER PARALELO NAS FAVELAS

27/10/2007

Rocinha: Autorização
até para campanha
Escutas telefônicas
revelam que
traficante preso
interferia em atos
políticos na favela
Leslie Leitão


Gravações telefônicas feitas pela Polícia Civil, com autorização da Justiça, revelam que, para fazer campanha dentro da Rocinha, no ano passado, políticos precisaram pedir autorização aos traficantes Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e João Rafael da Silva, o Joca, preso domingo, em Fortaleza, Ceará. A dupla dividia o controle das bocas-de-fumo da favela de São Conrado.
As interceptações mostram que todos os eventos realizados dentro da comunidade tinham o aval dos bandidos, como revela um diálogo entre Joca e outro integrante da quadrilha.
Pouco mais de um mês antes da eleição, Joca foi acordado às 9h para ser consultado se o evento que estava sendo preparado numa das quadras de esportes da comunidade (o local não é especificado na gravação) tinha sua autorização. O comparsa ainda avisava que seu ex-sócio, Nem, também tinha conhecimento do fato.
O homem trata Joca como “senhor”, em sinal de respeito à hierarquia da quadrilha. “Desculpe eu incomodar a essa hora, mas o senhor liberou a quadra para ter alguma coisa de político hoje?”, pergunta o bandido, completando: “Tô conversando com o cara aqui, e o cara lá de baixo (Nem) mandou perguntar se o senhor autorizou, porque ele não autorizou nada. Porque falaram que vocês autorizaram ter um negócio político aqui”. O ex-chefão dá o seu decreto: “Ih, não sei de nada desse cara não, p.”.
Quinta-feira, O DIA mostrou, também com base em investigação da Polícia Civil, que Joca e Nem dominavam, além do tráfico, a venda de bebidas em shows de pagode e bailes funk na Rocinha — além do comércio de gás, TV a cabo (gatonet) e transporte alternativo.
Nesses eventos — quase todos promovidos pela quadrilha que domina as bocas-de-fumo da favela —, os bandidos têm camarote especial e escolhem onde querem ficar. Em um desses shows, no fim do ano passado, o homem encarregado da organização separou 60 pulseiras vip para criminosos.

NOTA : SOMOS LEVADOS A CONSTATAR, QUE AS FAVELAS, SÃO UM ESTADO INDEPENDENTE, COM LEIS E DIRIGENTES PRÓPRIOS, DENTRO DE UM OUTRO ESTADO, QUE ESTRANHAMENTE, ACEITA ESTE ESTADO DE COISAS.
A INCAPACIDADE DO ESTADO, DE ASSEGURAR NAS FAVELAS, O MAIS ELEMENTAR DIREITO DE IR E VIR, INCAPAZ DE ASSUGURAR QUE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS DETENHAM O MONOPÓLIO DO COMÉRCIO E A DISTRIBUIÇÃO DE SERVIÇOS, INCAPAZ DE PRESTAR OS MAIS ELEMENTARES DIREITOS DE CIDADANIA, SÃO POR SI SÓ FACTORES QUE COMPROVAM, QUE AO CONTRÁRIO DO QUE O PRESIDENTE LULA APREGOA, POUCA COISA ESTÁ A SER FEITA EM FAVOR DOS MAIS DESFAVORECIDOS, UMA VEZ QUE NAS FAVELAS, MORAM MAIORITÁRIAMENTE CIDADÃOS HONESTOS, QUE SE VÊEM OBRIGADOS À CUMPLICIDADE COM O CRIME ORGANIZADO.
ATÉ QUANDO ? . . .

Nenhum comentário:

Postar um comentário