NÃO BRINQUEM COM OS AVIÕES ! . . .
G1
GLOBO
10/12/2012
Anac manda fiscal que só conhece
Boeing avaliar novo piloto de Airbus. Agência diz seguir normas internacionais
e não vê perigo à aviação do país. Inspetor vê risco e recusa trabalho; órgão
mundial recomenda rever prática.
Inspetores
responsáveis por avaliar pilotos que pretendem tirar a licença para pilotar aviões
- documento conhecido como "brevê" - e comandar voos de companhias
aéreas brasileiras estão sendo convocados pela Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) para realizar os testes em aeronaves nas quais não são
habilitados.
Em um dos casos,
um checador que só conhece o sistema da Boeing foi convocado para testar
pilotos que irão comandar voos de Airbus. O exame seria, inclusive, na sede da
Airbus, em Miami. Alegando perigo de acidentes aéreos, o inspetor recursou o
trabalho.
A Anac confirma a
situação, mas garante que o procedimento não traz riscos e segue normas da
Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, da sigla em inglês). O órgão
internacional diz que apenas prevê procedimentos e não tem poder de punição,
mas recomendou à agência brasileira rever a prática.
A Boeing disse
que não iria se manifestar sobre o assunto. A Airbus fez alguns questionamentos
ao G1 sobre o tema, mas
até a divulgação desta reportagem, não se posicionou sobre o caso.
Convocação
por similaridade
Segundo a Anac,
os avaliadores são convocados por similaridade com o grupo de aeronaves.
"Inspetores de aeronaves como Airbus podem checar aeronaves como Boeing,
pois tratam-se de aeronaves de grande porte/similares", diz a nota da
agência.
Os sistemas das
aeronaves das duas fabricantes atuam de forma diferente.
Carlos Montino de
Oliveira, presidente da Associação de Servidores da Anac, no entanto, diz que a
prática é frequente e gera riscos para a segurança aérea. "O manual que
regula as normas para cheques na Anac é confuso. A situação da escala de
inspetores vai contra os princípios da administração pública, especialmente os
de publicidade e direito à informação".
A Associação de
Pilotos e Proprietários de Aeronaves (APPA) também critica o procedimento adotado
e reclama ainda da demora de até três meses para a liberação de licenças e da
falta de transparência no processo de habilitações.
O Brasil conta
com 71 inspetores civis e outros 56 militares, cedidos pela Aeronáutica, para
realizar cheques anuais de 14,3 mil pilotos comerciais. Só em 2010, mais 2.693
licenças para novos pilotos privados, comerciais e de linhas aéreas foram
expedidas. O número de novos contratados pelas companhias brasileiras cresceu
23% no mesmo ano.
Um inspetor civil
que é piloto de Boeing e checador de novos comandantes de aeronaves da mesma
construtora foi chamado pela Anac para avaliar, na sede de treinamentos da
Airbus, em Miami, nos Estados Unidos, se dois novos pilotos de Airbus A-320 da
Avianca poderiam receber o brevê para realizar voos no Brasil. O servidor, que
pediu para não ser identificado pela reportagem, recusou o trabalho.
Ele afirma ter
alertado a Superintendência de Segurança Operacional (SSO) e ao Diretor de
Operações de Aeronaves, Carlos Pellegrino, que o procedimento de convocar
profissionais sem conhecimentos técnicos adequados para realizar exames de
novos pilotos colocaria em risco a aviação e infringiria normas da Organização
da Aviação Civil Internacional. Procurada para comentar o episódio, a Avianca
não se manifestou.
Ao decidir não
avaliar pilotos de aeronave diferente da que costuma pilotar, o inspetor diz
que relembrou acidentes aéreos recentes com modelos Airbus,
como tragédias de voos da TAM, que deixou 199 mortos no Aeroporto de Congonhas
em 2007, e da
Air France, que resultou na morte de 228 pessoas em 2009, ao cair no Oceano
Atlântico. Ele afirma que teve medo de errar.
Outros colegas
responsáveis pela avaliação de pilotos também questionaram procedimento adotado
pela Anac e apontaram falta de inspetores para dar conta da demanda. "Isso
não acontecia até este ano. É decorrente da escassez de profissionais",
diz um checador. A Anac contava com quatro grupos diferentes de inspetores para
avaliar os pilotos de linha aérea de aeronaves Boeing, Airbus, Embraer e ATR.
Segundo servidor ouvido pelo G1,
as escalas da agência começaram a misturar os grupos.
Organização
recomenda rever procedimentos
Documento nº 8335
da Organização da Aviação Civil Internacional, manual de procedimentos para
inspeções e certificações de pilotos e aviões, informa que o inspetor
"deve ter pelo menos a mesma qualificação" que o piloto que será
submetido à avaliação. O texto aponta ainda que, para inspeções em voo, o
fiscal deve saber operar a mesma aeronave ou um avião com características
operacionais semelhantes.
Procurada pelo G1, a organização afirma que os
"seus documentos preveem procedimentos internacionais de atuação, mas que
cabe a cada país decidir como as recomendações devem ser incorporadas
internamente de acordo com a legislação local". A ICAO diz não ter poder
de punição, pois "não é uma agência reguladora ou uma autoridade".
Mesmo assim, a
diferença de visão entre os checadores em relação às normas internacionais e os
procedimentos adotados é algo que "a Anac deve rever e decidir o que deve
ser feito", recomenda a organização. ...///...
NOTA : A AVIAÇÃO CIVIL BRASILEIRA É TRATADA ASSIM . . .
MAS TAMBÉM, SE AS PESSOAS QUE SÃO COLOCADAS NESTAS AGÊNCIAS, SÃO TODAS ESCOLHIDAS PELOS CRITÉRIOS QUE CONHECEMOS, DA " ROSE LULA ", ESTAMOS TRAMADOS !
É A MESMA COISA QUE UM OTORRINOLARINGOLOGISTA OPERAR QUALQUER SITUAÇÃO DO FORO GINECOLÓGICO, E O DIRECTOR DO HOSPITAL ARGUMENTAR QUE ELE ESTÁ CAPACITADO PARA ISSO, POR ESTAR HABITUADO A TRABALHAR EM " CAVIDADES " ! . . .
TUDO NO BRASIL, É DIFERENTE . . .
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