domingo, 30 de setembro de 2007

A SEGURANÇA PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO, ESTÁ ASSIM ! . . .

JORNAL DO BRASIL
Por segurança, rádio,

alimentação e oficina
Rodrigo Camarão

O assunto surgiu durante uma reunião de moradores de Ipanema, diante do olhar atônito dos presentes. A criação de um pólo gastronômico entre a Praça General Osório e a Rua Farme de Amoedo esbarrava num problema indigesto. Para garantir segurança para o projeto em gestação, os empresários do setor resignaram-se a bancar rádios Nextel para os policiais, alimentação dos PMs, manutenção dos carros da polícia e até gasolina. Em troca, o 23º BPM (Leblon) vai montar na região, considerada uma das mais perigosas do bairro, um tipo de policiamento especial. Se a negociação avançar esta semana, a meta é que já em outubro o veículo da PM esteja nas ruas.
- Temos uma proposta de criação do pólo com policiamento motorizado - anunciou Ignez Barretto, na reunião de moradores de Ipanema. - O custo é a comida dos policiais, a gasolina e a manutenção das viaturas. Esse é o retrato da penúria da PM. Mas os bares não vão se furtar por causa disso.
...///...O tenente-coronel Carlos Millan, comandante do 23º BPM (Leblon), lembra que há um acordo da polícia com empresários no Pólo de Gastronomia, Cultura e Lazer do Leblon, entre a Cobal e a Rua Conde de Bernadote. O grupo completa um ano mês que vem.
- Há um convênio verbal de manutenção da viatura no Leblon - informa Millan. - Mas eu dei um carro 0km e nunca tive problema. Ali era um espaço que estava degradado e hoje fica lotado no Leblon. Temos um policiamento regular extraordinário, um carro com adesivos do pólo e um rádio Nextel. Com o sucesso do Leblon, Ipanema quis fazer também. Mas gasolina não entra. É responsabilidade do Estado. Os comerciantes arcam só com os rádios. ...///...
- O pólo de Ipanema, na verdade, é um projeto de segurança - resume Demetrius Queiroz, sócio do restaurante Fazendola e representante do Pólo Jangadeiros. - Fazer o trabalho do poder público é complicado, mas sabemos que o cobertor é curto. Como comerciantes, estamos buscando alternativas para a região. Sabemos que o tenente-coronel Millan tem suas limitações orçamentárias, de pessoal e equipamento e estamos vendo como contribuir.
NOTA : QUANDO A SOCIEDADE, SE TEM QUE ORGANIZAR PARA CUMPRIR AS MISSÕES QUE POR OMISSÃO O ESTADO NÃO ASSEGURA, MAL VAI A COISA !
OS COMERCIANTES QUE ENTRAM NESTE ESCAMBO, NÃO SÃO BENEMÉRITOS DA SOCIEDADE ! O QUE SE ASSISTE NO LEBLON E IPANEMA, É A CONSTATAÇÃO DOS PREJUÍZOS QUE A FALTA DE SEGURANÇA PÚBLICA, CAUSA AOS SEUS INTERESSES DE CLASSE, OU SEJA, AOS NEGÓCIOS !
OS COMERCIANTES SABEM QUE, SE NÃO TIVEREM SEGURANÇA, OS CLIENTES NÃO APARECEM, E PORTANTO, NÃO VENDEM ! . . .
O QUE É LAMENTÁVEL, É QUE A POLÍCIA SE VEJA OBRIGADA A COLABORAR EM ESQUEMAS DESTA NATUREZA, QUE EM QUALQUER PAÍS CIVILIZADO, SERIA PERFEITAMENTE IMPENSÁVEL !
HÁ UM COMERCIANTE QUE CHEGA A DIZER QUE OFERECEU À POLÍCIA UM CARRO NOVO, PARA O POLICIAMENTO DA ÁREA !
ESTE ESCAMBO, PODE DESCAMBAR PARA SITUAÇÕES AINDA MAIS DIFICEIS DE CONTROLAR, QUE SERÁ A CRIAÇÃO DE GRUPOS DE POLICIAIS A TRABALHAREM PARALELAMENTE EM SEGURANÇA PRIVADA, CRIANDO MAIS UMA DESIGUALDADE, NO MEIO DE TANTAS OUTRAS NESTE BRASIL, QUE É A DE, QUEM TEM DINHEIRO, TEM SEGURANÇA, QUEM NÃO TEM, QUE SE VIRE . . .

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