terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A GUERRA CIVIL NO RIO DE JANEIRO

JORNAL DO BRASIL
Mais capacetes contra

o tráficoEnquanto o número
de policiais mortos em
serviço volta a crescer
-de janeiro a novembro, foi
27% superior ao mesmo
período do ano passado -
o uso de equipamentos de
segurança, como capacete,
vem gerando polêmica
entre agentes que atuam
na linha de frente da guerra
urbana do Rio.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública aguarda a chegada, prevista para janeiro, de mais 200 capacetes com resistência até a tiros de fuzil, mas os equipamentos ainda são rejeitados pelos próprios futuros usuários. Domingo, a polêmica aumentou quando Leda Gonçalves, namorada do policial Eduardo Demoro, morto com um tiro de fuzil quando apoiava do helicóptero uma ação da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core) no Morro do Adeus, disse que ele morreu porque não havia capacete disponível quando foi convocado para a operação.
- Os equipamentos da polícia deixam a desejar - acusou Leda.
Um dos que resistem ao capacete é o delegado da Core Rodrigo Oliveira. A principal justificativa - dele e da maioria dos colegas - é a de que o item de segurança atrapalharia a visão periférica dos agentes. Os atuais capacetes da polícia carioca, que seguem padrão do Exército, resistem apenas a tiros de arma curta (como revólveres e pistolas), mas têm uma aerodinâmica capaz de desviar balas de fuzil.
- Eu particularmente não uso porque prejudica a visão periférica na hora do combate, ainda mais que, na maioria das vezes, atuamos numa topografia desfavorável. Em terrenos íngremes, o capacete dificulta a visão - opinou.
A denúncia de que faltam capacetes, feita por Leda durante ato para homenagear seu namorado na Avenida Atlântica, foi rebatida pela Secretaria de Segurança. Segundo a assessoria do órgão, dificilmente Eduardo estaria vivo se estivesse usando o equipamento, uma vez que o tiro atingiu sua testa - região que o capacete não protegeria.
De acordo com o delegado da Core, a coordenadoria possui mais de 60 capacetes, mas a maioria dos policiais prefere não utilizá-los. De cada oito policiais que atuam na "ponta de combate" - o equivalente à infantaria do Exército - no máximo dois optam pelo equipamento, cujo uso fica a critério da própria tropa, da mesma forma que acontece com o colete à prova de balas oferecido pela corporação.
Na doutrina da Core, o capacete só é obrigatório em operações realizadas em ambientes de confinamento, como em situações de resgate de reféns, por exemplo. Oliveira, porém, prevê uma tendência de crescimento do uso do equipamento entre os policiais, embora negue que o fato esteja atrelado ao aumento das mortes por atiradores de longa distância.
Resistência semelhante a um novo equipamento aconteceu há 10 anos, quando os coletes à prova de balas começaram a ser incluídos entre os itens de segurança. Na época, as quadrilhas incrementaram seu poder bélico e a aversão ao colete era justificada com os mesmos argumentos dos que hoje não usam capacete.
- Tenho percebido um uso mais freqüente do equipamento, mas é mais restrito aos homens de ponta de combate - explica Oliveira. - A tendência é aumentar seu uso, já que as armas estão mais letais.
Apesar da resistência, a Secretaria planeja oferecer maior poder de fogo e de segurança para no ano. Além de um helicóptero blindado, está prevista para meados de janeiro a chegada de 200 capacetes com resistência a tiros de fuzil, coletes e armas letais e não-letais.
Os números do Instituto de Segurança Pública podem ser o argumento mais forte para o uso do equipamento. Até novembro deste ano, 29 policiais morreram em serviço, contra 21 no mesmo período do ano passado. Ao todo, em 2006, 144 PMs e dois civis morreram.
NOTA : POR AQUILO QUE SE LÊ CLARAMENTE, E TAMBÉM POR AQUILO QUE SE PODE " LER " NAS ENTRELINHAS, PELA PARTE DAS FORÇAS DE SEGURANÇA, HÁ A CLARA NOÇÃO DE SE TRATAR DE UMA GUERRA, E NÃO UM SIMPLES FENÓMENO DE VIOLÊNCIA URBANA.
AGORA, SÓ FALTA AS AUTORIDADES ASSUMIREM O CASO, E NÃO FAZEREM DE CONTA QUE NADA ESTÁ A ACONTECER .
QUANDO SE ENCOMENDAM HELICÓPTEROS BLINDADOS PARA A POLÍCIA, PARA INTERVENÇÃO EM BAIRROS URBANOS, ALGUMA COISA SE PASSA . . .

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