DOIS CASOS PARADIGMÁTICOS DO ESTADO DA " SAÚDE " PÚBLICA CARIOCA
1 - Elevadores quebrados e salas sem refrigeração são rotina
No Rio, segunda cidade mais violenta do país, um dos destinos mais nervosos é o Hospital Souza Aguiar. Segundo a própria Secretaria de Saúde, são cerca de 800 atendimentos por dia - ou um paciente a cada minuto e meio. Desses, segundo os médicos, uma média de 100 pessoas morre por mês - ou três por dia. Na primeira sexta-feira do ano foi a vez de Edson Guedes de Souza, 16, baleado no Morro do Pinto durante incursão do 5º BPM (Praça da Harmonia). Além dele, Walney Martins Bahia, 14, também foi socorrido, mas sobreviveu.
Por volta das 23h, mais de 20 moradores da comunidade foram à unidade protestar contra a ação dos PMs. O grito de "assassinos" ecoou por todo o hospital, principalmente nas salas das mulheres e dos homens, cujas janelas, sempre abertas por falta de ar-condicionado, ficam de frente para o pátio da emergência. E era nessa sala à espera de atendimento que estava o estudante Douglas Arcanjo, 24. Ele levou seis tiros numa tentativa de assalto em 2006, já passou por seis cirurgias e se prepara para a sétima. Sexta-feira, Douglas chegou à uni dade às 22h, mas foi embora por volta das 2h sem conseguir ser atendido.
- O médico teve de sair por causa dos baleados que chegaram, só ficaram os residentes. Tenho de fazer uma nova cirurgia e não sei se minha situação é grave ou não - contou. - O que atrapalha é a burocracia, mas hoje, já conhecendo as pessoas, o atendimento é até mais rápido.
No sétimo andar, um aparelho de raios-x quebrado é depositado no corredor. No quarto andar, um paciente passou a noite deitado no chão da enfermaria. No terceiro, na entrada do Centro de Tratamento Intensivo (CTI), um paciente esperava numa maca ao lado de sacolas de lixo - algumas abertas - que se acumulavam próximo à porta. No segundo, uma enfermeira e um paciente ficaram presos no elevador. Todos passam inertes, como se nenhuma tragédia fosse capaz de abalar aquela rotina.
- Esse elevador vive quebrando. Outro dia, uma enfermeira ficou presa com uma criança e, ao tentarem sair, o menino quebrou a perna. O pior é que não havia ortopedista - contou um médico.
2 - Emergência de R$
Hoje faz dois meses que a nova emergência foi oficialmente inaugurada, com direito à presença do secretário municipal de Saúde, Jacob Kligerman. Até hoje, porém, só o esgoto entrou na unidade, devido a infiltrações no teto. As obras, que deveriam ter ficado prontas em agosto de 2005, custaram R$ 5,7 milhões.
NÃO SE OUVE SOBRE ESTES ASSUNTOS, NEM UMA PALAVRA, DE PREFEITO, GOVERNADOR DO ESTADO, SECRETÁRIO ESTADUAL DA SAÚDE, DO MINISTRO OU DO PRESIDENTE DA REPUBLICA !
PORQUE SERÁ ? . . .
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