O PODER PARALELO MOSTRA AS GARRAS . . .
O DIA
19-03-2009
No vazio da
segurança,
o baile das
armas de
guerra
Traficantes do
Alemão perderam,
em dois anos,
400 armas, o
que equivale a
um batalhão
da PM. Arsenal,
porém, continuou
crescendo
LESLIE LEITÃO
As quase 400 armas apreendidas em ações policiais, entre 2007 e 2009, representam um arsenal maior do que o disponível em boa parte dos batalhões e de qualquer delegacia da cidade. Mas para a quadrilha que domina o Complexo do Alemão e o vizinho Complexo da Penha, essa perda não fez tanta falta. Investigações das polícias Civil, Militar e Federal revelam um assustador poder de recuperação bélico, como comprovam as imagens mostradas ontem por O DIA, gravadas em uma festa na Favela da Grota. Há mais de um ano a Secretaria de Segurança tenta encontrar uma fórmula para enfrentar esse poder paralelo. Pela primeira vez, ontem, o secretário José Mariano Beltrame deu a dimensão do tamanho dessa dificuldade.
O vídeo mostra parte do arsenal, que, segundo a Polícia Civil, conta com mais de 200 fuzis e pelo menos 15 metralhadoras antiaéreas ponto 30. “As pessoas que ostentam essas armas, pela própria demonstração, não estão dispostas a entregá-las ao Estado. Nossa obrigação é atuar de maneira coerente. O que não se fez mais foi ir até lá com efetivo massificado. Mas as operações nunca vão parar. Quando tivermos informações, vamos com até 2 mil homens”, diz Beltrame.
Pelo menos 11 fuzis diferentes foram identificados nas imagens. “Isso em uma festa. Imagine o resto que está na contenção (segurança) da favela”, afirma o delegado da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), Marcus Vinícius Braga, que vai instaurar inquérito para identificar e pedir prisão dos bandidos.
Informações obtidas pela Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) mostram que a quadrilha tem cerca de 150 fuzis só na Favela da Grota e de 15 a 20 metralhadoras ponto 30. Contabilidade encontrada em uma casa na Favela Nova Brasília, em setembro de 2008, mostra que traficantes adquiriram pelo menos 448 caixas de munição de variados calibres em um só mês. Entre projéteis de fuzil e pistola, o total de compras chegou a 10.271 munições, avaliadas em R$ 158,7 mil.
“É preciso descobrir de onde vêm aquelas armas e as munições. Também é preciso saber quem ganha com isso. Depois de combater as duas pontas, o Estado tem que ocupar, inclusive com a polícia, mas cumprindo a lei”, diz o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Marcelo Freixo (PSOL).
A tentativa de impedir a chegada de armas ao Alemão já fracassou. Como mostram os números da Força Nacional de Segurança, que entre 13 de junho de 2007 e 16 de setembro de 2008 ocupou entradas das comunidades. “A Força Nacional ficou guardando pontos de acesso. Como nenhuma ação do poder público estadual e federal aconteceu, a articulação foi desestruturada”, admitiu Beltrame.
QUANDO UM DIA A BANDIDAGEM DECIDIR, QUE A AVª. BRASIL E LINHA VERMELHA SÃO TERRA DE NINGUÉM, OU MELHOR, TERRAS SUAS, EU QUERO VER COMO É QUE SE CHEGA AO AEROPORTO DA " CIDADE MARAVILHOSA " . . .
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