domingo, 5 de abril de 2009

PAIS, SOFREM ! . . .

O DIA - ON LINE
05-04-2009

Socialite sobe
o morro e vira
funkeira
Filha de dentista
das celebridades
se lança com
discurso social
e batidão que
fala de sexo

POR BRUNO ASTUTO


Rio - Heloísa Faissol, filha do dentista dos ricos e famosos Olympio Faissol, virou funkeira. Tirou as logomarcas de patricinha carioca e passou a frequentar o Morro da Babilônia, onde fez amigos e descobriu sua nova faceta. Ela se diz “cansada da hipocrisia da sociedade” e abraça a carreira e a comunidade do Leme, mesmo morando em confortável apartamento na tradicional Avenida Rui Barbosa, no Flamengo. Se Tati Quebra-Barraco, Heloísa é a Quebra-Mansão.

“Não é certo uns comerem caviar e outros passarem fome. Poderia levar vida fútil, de patricinha, mas sempre tive o sonho de ter um trabalho que desse retorno à sociedade. Tenho músicas que falam de corrupção, violência, amor, discriminação, política”, avisa. Heloísa defende sua música de trabalho, ‘Dou Pra Cachorro’, que tem forte apelo sexual. Primeiro, ensaia discurso filosófico: “Trato da mulher contemporânea, que fala abertamente de seus desejos sexuais sem tabus ou barreiras. Me espelhei nas amigas que estou fazendo por aqui. O pobre tem menos pudor de sua sexualidade; os ricos fazem pior e escondem”.

Depois, admite que segue o mercado e que fez versão ‘proibidão’, as letras censuradas pelas rádios, e uma ‘light’. “Se não apelasse para sexo, não faria um nome. O povo quer ouvir sacanagem”, diz a irmã de Cláudia Faissol, que é mãe de Luiza, filha do gênio da Bossa Nova João Gilberto. “Depois de ter nome e arrumar verba, vou usar minha música para contribuir com algo melhor para a sociedade.” Duas das novas amigas da comunidade da Babilônia, Michele Sabino e Jeane Medina, de tão próximas viraram suas dançarinas. “Michele se forma em Direito ano que vem. Está vendo como tem gente boa por aqui?”, orgulha-se.

Heloísa circula na favela com desenvoltura, incorporando gírias que aprendeu por lá e chamando as pessoas pelo nome. “Sou amiga de geral aqui”. Ela diz que compõe em encontros em bares do morro. Tinha poemas e músicas guardados, sem coragem de mostrar a ninguém, até que um amigo avaliou o material. “Ele me disse; ‘Sai dessa, Heloísa. Pra que ser atriz se você pode cantar para o povão?’ Tinha toda razão”.

Heloísa sempre teve do bom e do melhor. Estudou na tradicional Escola Suíço-Brasileira, depois francês em Lausanne, na Suíça, moda em Paris. Voltou e abriu ateliê de alta costura e tinha entre as clientes a fina flor da alta roda carioca. Cansou. Virou artista plástica, dançarina, atriz e até acrobata. Cansou também. Sua família é contra a nova carreira: “Dizem que sou maluca, mas meu pai nem sabe o que é funk. Julgam sem conhecer”. E completa: “Não tenho mais uma amiga do chamado ‘high society.’ Paciência zero. Tenho outros valores”.

Separada, diz que o filho, José Arthur, de 12 anos, aprova a nova empreitada. “Ele até me ajuda nas letras”, conta. Já tem mais de 15 composições, algumas em parceria com Alvaro Socci. “Estou de saco cheio dessa elite babaca. Vou aproveitar a instrução que minha família me deu para fazer um protesto social, não para desfilar de Prada e virar uma Paris Hilton”. E sai pelas vielas da Babilônia com seu cachorro, Nietzche. Antes de se despedir da tarde na comunidade onde se sente em casa, Heloísa bate papo com a ‘galera’ e quer tomar guaraná em uma birosca. “Xiii, será que tem guaraná diet aqui?”. Tinha.

TRECHOS: ‘DOU PRA CACHORRO’

“Quando te vi, fiquei gamada/ Sonhando desesperada/ Se você também gostou/ Pode vir, já rolou/ Vem com tudo, nesse clima/ Faz seu charme e dá em cima/ Chega junto, meu cachorrinho/ Também gosto do bichinho/
Se você não me acalmar/ Se você não me acalmar/ Baby, a fila vai andar (...)
Vem com tudo, eu quero mais/ Beija logo, estou louca/ (...) E no êxtase total/ Vamos juntos pro final/ Ai, ai, ai, ai, ai (latidos e gemidos)

NOTA : AINDA NÃO OUVI A MÚSICA ! MAS COM ESTA LETRA, PROMETE ! . . .

JÁ VI " FILMES " DESTES, NOUTROS " CINEMAS " . . . A HISTÓRIA NORMALMENTE É SEMPRE A MESMA, OU SEJA, AS PREOCUPAÇÕES SOCIAIS.

O ENREDO TAMBÉM NÃO VARIA MUITO, A PATRICINHA " DESCOBRE " QUE O AMOR NÃO TEM RAÇA, CLASSE SOCIAL, ENFIM, AQUELAS COISAS QUE ELES DIZEM, NAMORA DURANTE UNS TEMPOS COM UM MOCINHO DA " COMUNIDADE ", TUDO ISTO, EVIDENTEMENTE, ENQUANTO OS PAPÁS NÃO FECHAM A TORNEIRA DO DINHEIRINHO ! . . .

DAQUI A UNS TEMPOS, VOLTARÁ PARA CASA, GRÁVIDA, OU JÁ COM UMA CRIANCINHA PARDA NO COLO, DIZENDO SER O FRUTO DE UM GRANDE AMOR QUE VIVEU, E DO SEU EMPENHO PARA A IRRADICAÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS . . .

QUEM É QUE JÁ NÃO OUVIU ESTE DISCURSO , OU ASSISTIU A UM " FILME " DESTES ? . . .

ENTRETANTO O PAI DA CRIANÇA, JUNTA AO SEU CURRICULO MAIS UMA PATRICINHA " TRAÇADA ", E, QUEM SABE, TERÁ JÁ AUMENTADO SUBSTANCIALMENTE O SEU PATRIMÓNIO, ANDANDO DE GOLF OU AUDI, E SERVINDO DE IDOLO PARA A " GALERA DA COMUNIDADE " ONDE CONTINUARÁ A VIVER, ATÉ QUE OUTRAS ACTIVIDADES O CHAMEM.

A PATRICINHA, PRECISA DE APRENDER, QUE HÁ GENTE BOA EM TODO O LADO ! MESMO NAS FAVELAS, QUE HIPOCRITAMENTE CHAMAM DE " COMUNIDADE ", É ÓBVIO QUE HÁ PESSOAS SÉRIAS E BOAS, MAS NÃO É SÓ PELO FACTO DE A MICHELE ( NOME ALIÁS BEM CARACTERÍSTICO DESTAS COMUNIDADES . . . ) SE FORMAR EM DIREITO PARA O ANO, QUE A TORNA GENTE BOA, ISSO NÃO QUER DIZER NADA, A GENTE CONHECE CADA PEÇA, QUE É " ADEVOGADO " . . .

SE O PARENTE DA PATRICINHA, JOÃO GILBERTO, OUVISSE UMA COISA DESTAS A QUE CHAMAM " MÚSICA " E " POEMA ", MORRERIA NA HORA, DE VERGONHA ! . . .

QUANTO TEMPO DURARÁ MAIS ESTA FACETA DA PATRICINHA TRAVESTIDA DE FUNKEIRA ?

PAIS SOFREM ! . . .

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