quinta-feira, 4 de agosto de 2011

SÃO UNS POETAS ! . . .

DIÁRIO DE NOTICIAS ∕ LISBOA

04-08-2011
Brasil
Polícia escreve auto de notícia em verso. Reinaldo Lobo relatou os acontecimentos que resultaram na detenção de um indivíduo, suspeito de roubar uma motocicleta, em forma de poesia. Mas foi obrigado a reescrever tudo.


"O preso pediu desculpa/ Disse que não tinha culpa/ Pois só estava na garupa", diz uma das estrofes sobre a detenção a 26 de Julho, em Riacho Fundo (Brasília). "Se na garupa ou no volante/ Sei que fiz esse flagrante/ Desse cara petulante/ Que no crime não é estreante", indicava outra.

Numa entrevista ao R7, o agente contou que resolveu escrever em verso porque quis juntar a arte da poesia ao direito. Polícia há seis anos, diz que queria que o poema chegasse ao juiz, mas que foi obrigado pelos superiores a alterar o texto.

Lobo indicou ainda que não tem formação literária, mas que gosta de escrever textos e lê muito. "Meu avô tinha um contacto muito forte com a literatura e transmitiu isso para mim. Sempre escrevo quando não estou trabalhando e a arte é uma forma de me desprender do trabalho árduo de um delegado."

Texto do auto de notícia na íntegra, segundo o R7.


"Já era quase madrugada

Neste querido Riacho Fundo

Cidade muito amada

Que arranca elogios de todo mundo

O plantão estava tranquilo

Até que de longe se escuta um zunido

E todos passam a esperar

A chegada da Polícia Militar

Logo surge a viatura

Desce um policial fardado

Que sem nenhuma frescura

Traz preso um sujeito folgado

Procura pela Autoridade

Narra a ele a sua verdade

Que o prendeu sem piedade

Pois sem nenhuma autorização

Pelas ruas ermas todo tranquilão

Estava em uma motocicleta com restrição

A Autoridade desconfiada

Já iniciou o seu sermão

Mostrou ao preso a papelada

Que a sua ficha era do cão

Ia checar sua situação

O preso pediu desculpa

Disse que não tinha culpa

Pois só estava na garupa

Foi checada a situação

Ele é mesmo sem noção

Estava preso na domiciliar

Não conseguiu mais se explicar

A motocicleta era roubada

A sua boa-fé era furada

Se na garupa ou no volante

Sei que fiz esse flagrante

Desse cara petulante

Que no crime não é estreante

Foi lavrado o flagrante

Pelo crime de receptação

Pois só com a polícia atuante

Protegeremos a população

A fiança foi fixada

E claro não foi paga

E enquanto não vier a cutucada

Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada

Já hoje aqui esteve pra testemunhá

A vítima, meu quase xará

Cuja felicidade do seu gargalho

Nos fez compensar todo o trabalho

As diligências foram concluídas

O inquérito me vem pra relatar

Mas como nesta satélite acabamos de chegar

E não trouxemos os modelos pra usar

Resta-nos apenas inovar

Resolvi fazê-lo em poesia

Pois carrego no peito a magia

De quem ama a fantasia

De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia

Assim seguimos em mais um plantão

Esperando a próxima situação

De terno, distintivo, pistola e caneta na mão

No cumprimento da fé de nossa missão"


NOTA : SEM COMENTÁRIOS . . .



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