SÃO UNS POETAS ! . . .
"O preso pediu desculpa/ Disse que não tinha culpa/ Pois só estava na garupa", diz uma das estrofes sobre a detenção a 26 de Julho, em Riacho Fundo (Brasília). "Se na garupa ou no volante/ Sei que fiz esse flagrante/ Desse cara petulante/ Que no crime não é estreante", indicava outra.
Numa entrevista ao R7, o agente contou que resolveu escrever em verso porque quis juntar a arte da poesia ao direito. Polícia há seis anos, diz que queria que o poema chegasse ao juiz, mas que foi obrigado pelos superiores a alterar o texto.
Lobo indicou ainda que não tem formação literária, mas que gosta de escrever textos e lê muito. "Meu avô tinha um contacto muito forte com a literatura e transmitiu isso para mim. Sempre escrevo quando não estou trabalhando e a arte é uma forma de me desprender do trabalho árduo de um delegado."
Texto do auto de notícia na íntegra, segundo o R7.
"Já era quase madrugada
Neste querido Riacho Fundo
Cidade muito amada
Que arranca elogios de todo mundo
O plantão estava tranquilo
Até que de longe se escuta um zunido
E todos passam a esperar
A chegada da Polícia Militar
Logo surge a viatura
Desce um policial fardado
Que sem nenhuma frescura
Traz preso um sujeito folgado
Procura pela Autoridade
Narra a ele a sua verdade
Que o prendeu sem piedade
Pois sem nenhuma autorização
Pelas ruas ermas todo tranquilão
Estava em uma motocicleta com restrição
A Autoridade desconfiada
Já iniciou o seu sermão
Mostrou ao preso a papelada
Que a sua ficha era do cão
Ia checar sua situação
O preso pediu desculpa
Disse que não tinha culpa
Pois só estava na garupa
Foi checada a situação
Ele é mesmo sem noção
Estava preso na domiciliar
Não conseguiu mais se explicar
A motocicleta era roubada
A sua boa-fé era furada
Se na garupa ou no volante
Sei que fiz esse flagrante
Desse cara petulante
Que no crime não é estreante
Foi lavrado o flagrante
Pelo crime de receptação
Pois só com a polícia atuante
Protegeremos a população
A fiança foi fixada
E claro não foi paga
E enquanto não vier a cutucada
Manteremos assim preso qualquer pessoa má afamada
Já hoje aqui esteve pra testemunhá
A vítima, meu quase xará
Cuja felicidade do seu gargalho
Nos fez compensar todo o trabalho
As diligências foram concluídas
O inquérito me vem pra relatar
Mas como nesta satélite acabamos de chegar
E não trouxemos os modelos pra usar
Resta-nos apenas inovar
Resolvi fazê-lo em poesia
Pois carrego no peito a magia
De quem ama a fantasia
De lutar pela Paz ou contra qualquer covardia
Assim seguimos em mais um plantão
Esperando a próxima situação
De terno, distintivo, pistola e caneta na mão
No cumprimento da fé de nossa missão"
NOTA : SEM COMENTÁRIOS . . .
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