domingo, 23 de setembro de 2007

QUEM VIVE NO RIO, PAGA DUS VEZES !

JORNAL DO BRASIL
Violência pesa

no bolso do carioca
Morar no Rio de Janeiro

custa cada vez mais caro.

Com falta de policiais suficientes nas ruas, sejam militares ou civis, os habitantes da cidade, com alto poder aquisitivo, encontraram a fórmula que acreditam ideal para escapar da violência: contratar "empresas de segurança" para se livrar de roubos, assaltos e flanelinhas. Em contrapartida, os PMs, que controlam as "firmas" protegidos pelo anonimato dos laranjas, reforçam o orçamento mensal com o serviço paralelo, como revela reportagem de Rodrigo Camarão, publicada nesta edição do Jornal do Brasil.
O expediente ganha adeptos a tal ponto que num mesmo endereço, a Rua Redentor, em Ipanema, oito empresas diferentes faturam com os agentes de luxo. Cada prédio desembolsa R$ 380 para expulsar mendigos, guardadores de carros e evitar os assaltos a pedestres. O resultado não deixa nenhum dos contribuintes, habitantes dos apartamentos locais, irritado. A incidência de crimes diminuiu significativamente. Em alguns casos, desapareceu.
Uma estatística bem diferente dos vizinhos que não recorreram ao expediente.
O temor da violência leva à dupla tributação. Além de pagar os impostos oficiais, quem pode acrescenta mais um gasto ao orçamento doméstico. Sem prazo para acabar. O serviço, na maioria dos casos, é ilegal. Ninguém fiscaliza, nenhum órgão público do Estado ou do município o controla. As firmas empregam funcionários sem carteira assinada, apesar de uniformizados com colete e inscrição. Atuam em turnos. Os edifícios têm segurança garantida por 24 horas.
A cumplicidade dos condôminos, que desembolsam em média R$ 60 por mês pelo trabalho privado contra os criminosos, e da própria polícia, alimentou o crescimento do negócio. "É um mal necessário", justifica um funcionário de empresa que serve à elite carioca e chega a embolsar até R$ 1 mil por mês no "emprego".
Um mal que, além de tornar o preço do condomínio mais salgado, transforma o contratante num dependente, como adverte Ignez Barreto, coordenadora do Projeto de Segurança de Ipanema. Há casos de prédios que arcam com o custo extra por sete anos na região do Leblon. Poucos contestam a contabilidade.
Em Ipanema e no Leblon, as associações de moradores e os comerciantes já se curvaram ao trabalho dos seguranças particulares. Defendem, contudo, a legalização da atividade e uma maior fiscalização sobre o ramo em expansão. Não vão além disso.
A discussão, contudo, extrapola as carências locais. Se o Estado e o município não são capazes de cumprir com eficiência um de seus principais deveres, cabe à população exigir, pressionar e forçar a execução da tarefa. Não se submeter. Caso contrário, o Rio de Janeiro será dividido, definitivamente, entre duas cidades - a dos ricos e a dos pobres. Quem ganha mais, terá mais segurança. Quem mora em regiões mais carentes, ficará ao deus-dará.
Não se pode admitir o apartheid carioca. Da mesma forma como não se deve proibir a contratação de funcionários extras por qualquer habitante da cidade - nesse caso só se pode lamentar que as deficiências das autoridades públicas forcem a iniciativa.
A ninguém interessa uma cidade dominada pelo medo, subjugada por criminosos, refém do tráfico. Os chamados poderes constituídos ainda estão a dever soluções eficazes e inovadoras para permitir tranqüilidade a quem vive sob suas jurisdições.


NOTA : PARA ALÉM DE PAGAR DOS MAIS ALTOS IMPOSTOS DO MUNDO, DIGNOS DE UM PAÍS DE PRIMEIRO, MUNDO, OS SERVIÇOS PRESTADOS PELO ESTADO, FICAM MUITO AQUÉM DO QUE SERIA EXIGÍVEL.

O ESTADO, QUE DEVERIA GARANTIR A TODOS OS CIDADÃOS O DIREITO DE IR E VIR, BEM COMO A GUARDA DA SUA PROPRIEDADE, VÊ-SE OBRIGADA, ATRAVÉS DE UMA SEGUNDA TRIBUTAÇÃO, FEITA A PRIVADOS, GARANTIR A SEGURANÇA DE PESSOAS BENS, QUE AO ESTADO COMPETE !

NAS ZONAS NOBRES, PAGA-SE A EMPRESAS DE SEGURANÇA..

NAS FAVELAS E NOS MORROS, PAGA-SE A TRAFICANTES E A MILÍCIAS

O ESTADO RECEBE DOS DOIS, E NADA FAZ !

ESTAMOS A PAGAR A QUEM ?
PARA NOS DEFENDER DE QUEM ?

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