domingo, 23 de setembro de 2007

DÁ PARA ENTENDER ? . . .

JORNAL DO BRASIL
Onde há mais eleitor

que morador

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) fazia campanha pela reeleição no interior paulista quando, numa cidadezinha, entrou numa casa onde lhe prometiam 20 votos. Mas teria que convencer a turma. Paciente ao seu estilo, Alckmin pediu um café e começou a apresentar suas propostas. Meia hora depois, conta o próprio político tucano, deram-lhe a certeza do voto. Quando partia, foi interrompido pela septuagenária matricarca da família.
- Governador, e o dinheiro da passagem do ônibus. A viagem é longa.
- Para quê? - indagou o tucano. - Vocês não votam ali do outro lado da rua?
- Não, aqui todo mundo vota em Minas Gerais.
O caso é engraçado, mas apenas um entre os milhares de exemplos críticos perante a lei constatados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no balanço feito este ano. O Tribunal descobriu que mais de 6,8 milhões dos 126 milhões de eleitores - algo em torno de 5% do eleitorado - está nessa situação. Ou seja, mora numa cidade e tem o domicílio eleitoral em outra.
O TSE também iniciou uma campanha junto aos tribunais regionais eleitorais para a revisão desses títulos. Determinou o recadastramento do eleitorado em 1.128 municípios de 24 Estados. Os TREs têm o prazo até dezembro para regularizar estes títulos, com poder para cancelar os de quem não comparecer ao cartório. Não haverá revisão no Amapá, Roraima nem no Distrito Federal. Minas Gerais é o Estado com o maior número de municípios a serem revisados: 175. Em segundo vem o Rio Grande do Sul, com 129, e Paraná, com 107. No Mato Grosso do Sul já houve revisão em sete dos 11 municípios determinados.
O artigo 92 da Lei 9.504/97 determina a revisão dos títulos onde o número de eleitores ultrapassa 80% do total da população. Há casos grotescos no Brasil. Dois em Goiás, por exemplo, chamaram a atenção do TSE. Na pequena cidade de Campos Verdes há 5.369 eleitores para uma população de 1.707 pessoas, segundo dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2002 - uma discrepância de 314%. Outro caso curioso é em Baliza (GO). Lá, onde vivem 897 moradores, segundo o IBGE, votam 2.304 eleitores, nos dados do TSE. Levantamento do tribunal mostra que 108 municípios aparecem nessa situação.
Casos como esse, explica a corregedoria do TSE, não tipificam, no entanto, fraude eleitoral com eleitores fantasmas. Raramente isso acontece, porque o tribunal tem um sistema online integrado com a Previdência e dá baixa automática nos títulos de eleitores que morrem.
A explicação está no ciclo econômico, na maioria dos casos. Como em Campos Verdes, cidade conhecida por exploração de esmeraldas. O que ocorre é a migração constante de pessoas que, independentemente do tempo que ficam na cidade, acabam transferindo o título eleitoral para lá. Como há eleições de dois em dois anos, e a contagem populacional do IBGE é feita num intervalo maior de tempo, no cruzamento de dados aparece a diferença. (L.M.)


NOTA : FALTA NESTE ARTIGO A EXPLICAÇÃO CONCISA, PORQUE É QUE ISTO ACONTECE !

ESQUECERAM-SE DE DIZER QUE OS FAZENDEIROS, DE QUEM DEPENDE GRANDE PARTE DA POPULAÇÃO DO INTERIOR DO BRASIL, " ARRASTAM " SEUS EMPREGADOS, MORADORES DAS FAZENDAS E FAMILIARES, PARA VOTAREM NAS CIDADES COM AS QUAIS SE COMPROMETEM COM ALGUM POLÍTICO LOCAL, QUE POR SUA VEZ, À POSTERIORI, PAGARÁ O FAVOR DE QUALQUER MANEIRA !

COMO O TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO NO DIA DA VOTAÇÃO, ESTÁ ASSEGURADO PELO " CORONÉ " DE QUEM TODOS DEPENDEM PARA SOBREVIVER, E O VOTO É OBRIGATÓRIO, ELES VOTAM EM QUALQUER LUGAR, E EM QUALQUER CANDIDATO QUE LHES FOR SUGERIDO ! . . .

AS AUTORIDADES QUE CONSTATAM ESTES NÚMEROS ABSURDOS, FINGEM NÃO SABER, QUAIS SÃO OS REAIS MOTIVOS DESTAS DISCREPÂNCIAS !

ESTA HIPOCRISIA, TAMBÉM FAZ PARTE DO SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO !

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