QUANDO É QUE ISTO ACABA ?
Polícia prende
PMs que
torturaram
repórteres
do jornal
O Dia
Andréa Uchôa
Rio - Policiais da Delegacia de Ações Criminosas Organizações e Inquéritos Especiais (Draco- IE) com ajuda das Corregedorias da Polícia Civil e Militar, realizam uma grande operação nas Zonas Norte e Oeste da cidade para cumprir sete mandados de prisão e 29 de busca e apreensão, para prender os participantes do seqüestro e tortura da equipe do jornal "O Dia", em maio deste ano.
Cerca de 80 policiais saíram na manhã desta quinta-feira para diversos bairros, três PMs e um suspeito de participação no crime foram presos.O PM Fabio Gonçalves Soares, o Fabinho Catiri, foi preso em casa na Favela do Catiri, no Jardim Bangu, e não ofereceu resistência. Com ele foram apreendidos um fuzil, um revólver 38, um colete à prova de fuzil, um binóculo de precisão e uma camisa do Bope.
O PM Marcos Antonio Alves da Silva, o Marcos do Bope, também foi preso em casa no bairro de Realengo, na Zona Norte e também não ofereceu resistência. O outro PM preso foi identificado como André Luiz de Mattos, o Cocada, no bairro de Bangu.
O quarto preso foi identificado como Nilson Bueno, o Nilson "Faustão", com 3 armas.
Um homem ainda não identificado também foi preso por desacato aos policiais, em Oswaldo Cruz. A polícia ainda procura outros quatro suspeitos do crime na Favela do Batan.
O crime
A noite do dia 14 de maio a equipe do jornal O DIA fazia reportagem especial na Favela do Batan, Zona Oeste. Repórter, fotógrafo e motorista completavam 14 dias morando no local.
O fotógrafo e o motorista foram ao Largo do Chuveirão e a repórter ficou em casa. No Largo, local de maior concentração da favela, uma emboscada estava à vista. Fotógrafo e motorista foram rendidos por 10 homens armados, usando toucas ninja para cobrir o rosto.
Os criminosos tentaram obrigar a população a linchar a equipe. Eles não queriam sujar as mãos de sangue. Mas não foram atendidos e acabaram seguindo com a dupla e um morador que os acompanhava até a casa que havia sido alugada pela equipe, na Rua Alfredo Henrique, uma das principais da favela.
Sete homens armados e com toucas ninja bateram na porta da casa, prontos para novo ato de covardia. Ao abrir a porta, a jornalista foi rendida com arma na cabeça. Os bandidos, mais uma vez, não esconderam sua função original e deram voz de prisão, como se fossem policiais exercendo a lei. "Você é do Jornal O DIA e está presa por falsidade ideológica", disse o mascarado conhecido como Zero Um (01).
Os milicianos tentaram enfiar um integrante da equipe na mala do carro, mas desistiram, pois o veículo tinha kit-gás. Algemados e feridos, os quatro seguiram amontoados no banco de trás do carro da reportagem até o cativeiro.
A execução do grupo seria decidida por um "coronel" que estava a caminho. Nós não somos bandidos", discursava um dos milicianos com voz distorcida e inspiração nazista. A repórter perguntava: "Se vocês não são bandidos, por que estão fazendo isso?" A resposta dos seqüestradores não vinha em palavras, mas sim em socos e tapas.
O ‘Coronel’ chegou. Coturnos e uma calça azul de farda da PM estavam no ambiente. Também se falava na presença de um "comandante". Mais torturadores os acompanhavam. Um deles soltou sem querer uma frase mostrando que conhecia a equipe do jornal de outro ponto da favela. Neste momento, a casa tinha pelo menos 20 homens. Seriam os algozes da longa sessão de horror imposta.
A covardia atingiu níveis sobre-humanos com choques elétricos e sufocamentos, usando sacos plásticos passaram a ser aplicados até o limite do desfalecimento.
A tortura também era psicológica, com os milicianos revelando detalhes sobre a vida pessoal dos reféns. Repórter e o fotógrafo foram obrigados a fornecer senha de e-mails para que fosse feita uma varredura no que havia sido passado de informação para a redação.
O destino da equipe só foi decidido aproximadamente às 4h, quando os seqüestradores, tal como juízes, anunciaram o veredicto: iriam libertar as vítimas. Antes roubaram celulares e dinheiro do grupo, agindo como reles vagabundos de rua. Às 4h30, finalmente, a equipe foi solta na Avenida Brasil.
NOTA : ESTES FENÓMENOS DE CORRUPÇÃO DENTRO DA POLICIA , TERMINARÃO QUANDO ?
É PREOCUPANTE, ( SE NÃO O É PARA AS AUTORIDADES, PELO MENOS, PARA A POPULAÇÃO, É... ) O NÚMERO DE AGENTES DA ORDEM (?), QUE ANDAM NA CONTRAMÃO DA ORDEM SOCIAL QUE DEVERIAM DEFENDER, E QUE PELA SOCIEDADE, SÃO PAGOS PARA TAL . . .
ATÉ QUANDO ?
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