GRANDE ONDA, OU GRANDE NEGÓCIO ?
Surfar em
Copacabana
pode se tornar
a maior
onda
Francisco Edson Alves
Rio - Surfar em Copacabana poderá se tornar a maior onda. Associações de moradores, oceanógrafos e engenheiros querem construir um fundo artificial submarino entre os postos 5 e 6 que poderá criar montanhas d’água de até cinco metros de altura. A ‘máquina de ondas perfeitas’ não apenas poria a cidade no roteiro de competições internacionais, mas também conteria a erosão.
“Precisamos do apoio e do patrocínio de empresas e do poder público para alavancarmos de vez o projeto, que não agride a natureza”, defende Horácio Magalhães, presidente da Sociedade Amigos de Copacabana. Segundo ele, o ‘surfódromo’ atrairia mais turistas para Copa, que tem 180 mil moradores e, no verão, recebe 300 mil visitantes por dia.
PREFEITURA APÓIA
A iniciativa já conta com apoios importantes, como o do secretário municipal de Esportes e Lazer, Chiquinho da Mangueira, e do atual campeão brasileiro e carioca de surfe, Gustavo Fernandes, o Guga, 25 anos. “Se os surfistas, que ultrapassam mais de 500 mil no Rio, e os moradores aprovam, eu embarco nessa. O projeto é fantástico e viável”, comenta Chiquinho. “Nosso sonho é ter ondas perfeitas como no Havaí ou Peru”, vislumbra Guga.
Para o professor de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, Paulo Rosman, um fundo artificial pode custar até R$ 25 milhões. “Vai depender do material e da tecnologia, como as simulações em computador”, afirma.
No jargão do surfe, hoje, em Copa, o mar é ‘flat’: as ondas atingem pouco mais de um metro, mas chegariam a quatro com o fundo artificial, que influi diretamente na arrebentação. Elas quebrariam em formas tubulares, proporcionando raias com diversos graus de dificuldade, tanto para pranchas comuns quanto para os pranchões. Um dia de ressaca traria vagas gigantescas.
No mundo, estruturas desse tipo, voltadas para o surfe, já existem na Califórnia, na Austrália e na Nova Zelândia. No Brasil, pesquisas ainda estão em andamento. Uma delas, encomendada por uma empresa privada, está em fase de conclusão na Coppe. A tecnologia aplicada, que possibilitará a mobilidade da estrutura, é mantida em segredo, assim como a praia escolhida.
Para Abílio Fernandes, presidente da Federação de Surfe do Rio e pai de Guga, a falta de ondas adequadas para surfe no Rio frustra competidores e organizadores de eventos. “O projeto é bem-vindo. O Rio é bem servido de swell (ondulações), mas a maioria não é adequada para competições. Às vezes montamos provas grandiosas, mas, na Hora H, cadê? Ficamos a ver navios”, ri.
LUCRO ANUAL DE 60 VEZES O CUSTO DO RECIFE
De acordo com o oceonógrafo Marcos Gandor, de Santa Catarina, um dos ‘papas’ em recifes artificiais no País, três projetos no exterior são exemplares. O de Cables Beach, na Austrália, foi construído com rochas e granitos, com extensão de 80 metros e custo de R$ 3 milhões. O projeto propicia, por ano, só em relação a direitos de negócios, como propagandas e patrocinadores de eventos, uma receita de R$ 1,2 milhão.
Outro que deu certo é o Narrowneck Reef, também na Austrália. Erguido com 300 sacos de areia ao longo de 400 metros e custo total superior a R$ 5,6 milhões, o fundo artificial gera anualmente receita 60 vezes maior que o investimento. Já o Mount Reef, na Nova Zelândia, consumiu investimentos de R$ 1,6 milhão, mas gera recurso 30 vezes superior aos gastos.
ALARGAMENTO DA PRAIA DEU ‘VACA’ EM COPA
O pesquisador Marcelo Sperle, líder do Grupo de Pesquisas em Oceanografia Geológica da Uerj, defende um estudo criterioso para a implementação de um fundo artificial em Copacabana. “Qualquer intervenção tem que ser bem estudada para não acarretar problemas futuros”, ressalta Sperle.
Ele lembra o caso dos aterros que aumentaram a faixa de areia em Copa na década de 70. “Criou-se um fundo raso. Hoje as ondas quebram de uma vez, de forma abrupta, prejudicando o surfe”, explica. Há 100 anos, o mar ficava a poucos metros do Copacabana Palace.
Para Leonardo Marques, da empresa de consultoria Prooceano, esse recife iria além das ondas e do turismo. “Um fundo artificial ajudaria a combater o processo de erosão, que é acentuada entre os postos 5 e 6, por causa do impacto das ondas desviadas nos costões do Leme e do Forte de Copacabana”, observa.
NOTA : O RIO DE JANEIRO NÃO PRECISA DE MAIS NADA ?
25 MILHÕES, GASTOS PARA ALTERAR UMA PRAIA, APENAS PARA SURF ?
E SE A PREFEITURA INVESTISSE EM SEGURANÇA ? NAO TRARIA MUITO MAIS VISITANTES, MUITO MAIS TURISMO, E MUITO MAIS RECEITAS ?
E AS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS ? SÃO INÓCUAS ? E O PREFEITO VAI NISTO ?
SE ISTO FOSSE ASSIM TÃO LNEAR, NINGUÉM IRIA PARA O HAVAÍ . . . TODOS OS PAÍSES, FARIAM AS SUAS PRÓPRIAS " PISTAS " ! OU NÃO SERÁ ASSIM ?
ISTO DEVE SER OUTRO GRANDE NEGÓCIO ! . . . GRANDE ONDA . . .
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