sexta-feira, 10 de abril de 2009

. . . A PROPÓSITO DE BORDÉIS

ÉPOCA
09/04/2009

As casas da
mãe joana

Ruth de Aquino






Casa, comida, empregada doméstica, roupa lavada, celular ilimitado, reforma de apartamentos, decoração, combustível, lazer, passagens aéreas, entrega de pizzas quentinhas, notas geladas, presentes para amigos, mordomias para parentes, aluguel de jatinhos, favorecimentos ilícitos. Casa-grande e senzala, financiadas com dinheiro do povo. Os sustentados da mãe joana, na Câmara e no Senado, se aferram a suas regalias e voltam atrás nas promessas de moralização e transparência.

Sentem-se vítimas de uma campanha de execração. Por isso, vão tirar os bodes da sala. O Senado decidiu fechar com vidro a tribuna de imprensa do plenário, para impedir o acesso dos jornalistas ao cafezinho dos senadores. O presidente da Câmara, Michel Temer, critica “a pancadaria nos jornais”. O senador Gerson Camata, na defesa de um apadrinhado, afirma: “Está um denuncismo de assustar”. O deputado federal Silvio Costa lamenta o “sadomasoquismo”: “A imprensa bate, e o Parlamento fica calado, parece que está gostando”.

É dinheiro demais diante dos grandes roubos? Não. Mas ninguém atura mais as malandragens cotidianas. O senador petista Tião Viana empresta seu celular de parlamentar para a filha viajar para o México em janeiro, e ela gasta R$ 14.758? Viana só pagou a conta de seu bolso depois de ter sido desmascarado na imprensa. E a denúncia de que a Câmara paga o salário da empregada do ex-vice-líder do PPS Arnaldo Jardim? Logo Jardim, da Frente Parlamentar Anticorrupção. Maria Helena de Jesus ganha R$ 1.608 por mês como secretária parlamentar, mas cozinha, lava e serve cafezinho no apartamento de Jardim. O deputado Betinho Rosado (DEM-RN) consegue ser reembolsado por uma única nota de R$ 4.100, gastos com combustível em determinado posto de gasolina. O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) apresenta nota fiscal de R$ 2.500, pagos a uma empresa de cobranças por serviço de consultoria. A generosidade do povo brasileiro é tamanha que, aparentemente, sustentamos há seis anos uma funcionária fantasma: a sogra de um assessor de Renan Calheiros, o líder do PMDB no Senado.

Nem os políticos se entendem. Os 432 apartamentos funcionais de quatro quartos em Brasília passarão mesmo a ser ao todo 528? A reforma custará R$ 74 milhões ou R$ 150 milhões? Vai acabar ou não o auxílio- -moradia de R$ 3 mil mensais? A cada dia, um deputado ou um senador desautorizam e desmentem uns aos outros. A “verba indenizatória” mensal de R$ 15 mil continuará a ter uso indiscriminado pelos deputados? No ano passado, o Senado gastou R$ 8,6 milhões com as contas de seus celulares. Tudo legal.

O presidente Lula tem suas obsessões e manda demitir o presidente do Banco do Brasil por considerar imorais (não ilegais) os lucros de um banco público. O eleitor tem hoje uma obsessão: moralizar o Congresso.

O senador Cristovam Buarque propôs um plebiscito para saber se a população quer manter aberto o Congresso. O amigo Roberto Freire crucificou Cristovam: “É uma asneira golpista vinda de um democrata e homem de bem”. Muito criticado, Cristovam insistiu: “O Congresso não dura para sempre se não tiver legitimidade diante da opinião pública, se não for capaz de virar o centro das aspirações, dos desejos, da pauta do povo”.

De tanto escândalo e toma lá dá cá, o Congresso virou a casa da mãe joana para boa parte da população brasileira. Joana viveu no século XIV, foi rainha de Nápoles, exilou-se em Avignon, França, depois de ser acusada de conspiração, e regulamentou os bordéis da cidade com uma norma: “O lugar terá uma porta por onde todos possam entrar”. Joana podia até ter boas intenções, mas acabou assassinada em 1382. A expressão “casa da mãe joana” foi para Portugal e veio para o Brasil como um lugar onde cada um faz o que quer, onde imperam a desordem, a desorganização e o desmando.

Com todo o respeito pelo senador Cristovam Buarque, há em seu discurso impulsivo um erro de princípio. Não se confunde a instituição com aqueles que ali estão. Mas, em algum momento, o sono dos congressistas será perturbado pelo clamor popular.


NOTA : É COM PRAZER QUE SE LÊ ESTA MULHER !

É PRECISA, CONCISA, E FACE A TUDO QUANTO SE VAI SABENDO, DEMONSTRA UM PODER DE SÍNTESE, VERDADEIRAMENTE NOTAVEL ! ( SIM, PORQUE AS SITUAÇOES SÃO IMENSAS... )


PORÉM, HÁ UMA COISA QUE, FELIZMENTE PARA ELA, PELA SUA VIDA E DIGNIDADE, E TAMBÉM PAR NÓS, PORQUE GANHÁMOS UMA EXCELENTE JORNALISTA, TEREI DE CONSTATAR. ELA NÃO ENTENDE NADA DE BORDÉIS ! . . .

O SEU CONHECIMENTO DO RAMO, POSSO ASSEGURAR, NAO É EMPÍRICO !


PASSO A EXPLICAR :


1. NOS BORDÉIS, AO CONTRÁRIO DO QUE SE PENSA, HÁ ORDEM E LEI. NO SENADO E NO CONGRESSO, NÃO ! CADA UM FAZ O QUE QUER E MAIS JEITO LHE DÁ . . .


2. NOS BORDÉIS, SABE-SE QUEM MANDA, E QUEM DITA AS REGRAS DO JOGO. NO SENADO E NO CONGRESSO, NÃO ! POR VEZES QUEM DEVERIA DITAR REGRAS E IMPOR A MORALIDADE, ESTÁ DE TAL MODO COMPROMETIDO, QUE PRIMA PELA OMISSÃO . . .


3. NOS BORDÉIS, SALVO ALGUM SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO, COMBINADO PREVIAMENTE ENTRE AS PARTES, SABE-SE O PREÇO DAS COISAS. NO SENADO E NO CONGRESSO, NÃO ! OS GANHOS NORMALMENTE CONSEGUIDOS, SÃO MUITO SUPERIORES AOS QUE SUPOSTAMENTE SERIAM OBTIDOS . . .


4. NOS BORDÉIS, OS CLIENTES NEM SEMPRE TÊM RAZÃO, QUANDO NÃO ALCANÇAM OS FINS DA VISITA, ATENDENDO À SUA PRÓPRIA INCAPACIDADE. NO SENADO E NO CONGRESSO, NÃO ! OS SENADORES E DEPUTADOS, SALVO HONROSAS E MUITO POUCAS EXCEPÇÕES, SÃO SEMPRE DESCULPADOS E APOIADOS PELOS SEUS PARES, DENTRO DA SOLIDAREDADE CORPORATIVA DO, " HOJE POR TI, AMANHÃ POR MIM ", MESMO QUANDO NÃO CONSEGUEM FAZER AS COISAS COMO DEVERIAM , E A MORAL E OS BONS COSTUMES, O RECOMENDARIAM . . .

5. NOS BORDÉIS, SABE-SE MUITO BEM QUEM SÃO AS PROFISSIONAIS DA CASA, E SOBRE ELAS, É EXERCIDO UM RIGOROSO CONTROLE DE " PRODUTIVIDADE ", ASSIDUIDADE, E DEDICAÇÃO AO TRABALHO. NO SENADO E NO CONGRESSO, NÃO ! OS FUNCIONÁRIOS, DIRECTORES, SUB-DIRECTORES, SECRETÁRIAS, ASSESSORES ETC; SÃO TANTOS, QUE , DIZ QUEM SABE, QUE SE FOSSEM TODOS TRABALHAR EM SIMULTÂNEO, NAO CABERIAM NAS IMENSAS INTALAÇÕES . . .

6. NOS BORDÉIS, AS TRABALHADORAS SÃO PAGAS PELAS ACTIVIDADES QUE EXERCEM, QUANDO TÊM CLIENTES. NO SENADO E NO CONGRESSO, NÃO ! MESMO QUANDO NÃO HÁ NINGUÉM EM BRASÍLIA, ( COMO EM JANEIRO ) CONSEGUEM FACTURAR , E RECEBER, HORAS EXTRAORDINÁRIAS . . .


7. NOS BORDÉIS, O TRABALHO É PAGO " À PEÇA ". OU SEJA, CADA TRABALHADORA RECEBE PROPORCIONALMENTE, O NÚMERO DE CLIENTES ATENDIDOS. NO SENADO E NO CONGRESSO, NÃO ! MIUTOS DELES ANDAM EM VIAGEM, OUTROS ESTÃO DE RECESSO, ETC; E, CONTINUAM FACTURANDO, CADA VEZ MAIS . . .


PODERIA APONTAR MAIS UM SEM NÚMERO DE MOTIVOS, QUE ME LEVAM A CONCRETIZAR, QUE :


1º. A SRª. D. RUTH AQUINO, ( VOLTO A REFERIR, AINDA BEM PARA ELA E PARA NÓS ) NÃO ENTENDE NADA DE BORDÉIS !

2º. O SENADO E O CONGRESSO, É INCOMPARÁVELMENTE PIOR, EM TODOS OS SENTIDOS, QUE UM BORDEL DE 2ª. CATEGORIA !


3º. HÁ AINDA UMA DIFERENÇA NOTÁVEL ENTRE OS BORDÉIS E " A CASA DA MÃE JOANA " COMO NO ARTIGO É IDENTIFICADO O SENADO E O CONGRESSO.

NUMA, TRABALHAM OS ASCENDENTES, NOUTRA, MUITOS DELES, PELAS ACÇÕES PRATICADAS, LEVAM-NOS A CRER, TRATAREM-SE DE DESCENDENTE DIRECTOS E LEGÍTIMOS DAS PRIMEIRAS !

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