terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O BRASIL VISTO DO EXTERIOR

CORREIO DA MANHÃ
LISBOA
08-12-2009
Brasil: Presidente

preocupado com
escândalos
Reformas para

salvar a imagem



O presidente brasileiro, Lula da Silva, vai tentar usar o seu último ano de mandato, em 2010, para tentar implementar ou, pelo menos, abrir caminho para uma profunda reforma política que altere, entre outros, o actual quadro partidário e o polémico financiamento eleitoral, que tantos escândalos têm originado. Depois de em 2006 ter apresentado uma proposta nesse sentido que não teve seguimento no Congresso, Lula da Silva referiu-se ao assunto na semana passada na Europa e no Brasil e iniciou uma campanha televisiva, realçando em anúncios pagos a necessidade de mudanças.
Lula da Silva afirma-se preocupado com a imagem negativa que os contínuos escândalos políticos no Brasil deixam no exterior, os quais, na sua opinião, decorrem da inexistência de regras claras, da profusão de partidos, mais de 30, muitos sem qualquer representatividade, e da perigosa proximidade entre o público e o privado no financiamento de campanhas. Por isso, um dos pontos em que o presidente brasileiro mais se tem batido é o do financiamento público das campanhas eleitorais, para se acabar com as milionárias doações feitas a políticos e partidos por grandes empresas, que depois cobram esse apoio.
No Congresso Nacional há diversas propostas de reforma política, inclusivamente do próprio governo, mas todas estão paradas pelo corporativismo dos parlamentares e líderes partidários, que não querem perder privilégios, nomeadamente salários chorudos e imunidade. Aliás, a impunidade dos envolvidos nesses escândalos foi outro tema focado por Lula da Silva esta semana, apesar de o seu governo e o seu Partido dos Trabalhadores terem vários nomes sob suspeita.
CÂMARA ANALISA DESTITUIÇÃO DE GOVERNADOR
A Câmara Legislativa de Brasília vai hoje começar a analisar dois dos dez processos de destituição do seu governador José Roberto Arruda, acusado há 14 dias de chefiar um esquema de corrupção que desviava verbas estatais para beneficiar aliados. A procuradoria da Câmara já deu parecer favorável ao início dos processos, mas o governador de Brasília tem larga maioria na Comissão de Constituição e Justiça onde o caso começa hoje a ser julgado e onde, curiosamente, estão vários dos acusados de receberem dinheiro desse esquema

PORMENORES
IMPUNIDADE

Em 2009, apesar de só no Congresso terem rebentado três dezenas de escândalos de corrupção envolvendo deputados e senadores, o ano termina sem que nenhum tenha sofrido punição.


UM POR CENTO
No Superior Tribunal de Justiça quatro em cada dez acções por corrupção nem chegam a ser julgadas e o índice de políticos condenados não passa de um por cento.

NOTA : COMO SEMPRE, A IMPUNIDADE REINANTE NO BRASIL EM RELAÇÃO À CLASSE POLÍTICA, NÃO DEIXA DE, EM TODO O LADO, DE SER UM FACTO QUE LAMENTÁVELMENTE, É SEMPRE MOTIVO DE ADMIRAÇÃO !

NINGUÉM PERCEBE ISTO ? . . .

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