A PROCISSÃO, AINDA NÃO CHEGOU AO ADRO ! . . .
DIÁRIO DE NOTICIAS / LISBOA
22-09-2010
Brasil
Dilma Rousseff aponta dedo a Lula e distancia-se de caso de corrupção. Candidata diz que foi o Presidente quem escolheu a sua sucessora na Casa Civil. Erenice Guerra está envolvida em escândalo
por S.S.
Dilma Rousseff continua a tentar afastar a sua imagem dos escândalos de corrupção que estão a atingir o ministério que dirigiu antes de se candidatar à presidência brasileira. Numa declaração em Salvador da Baía, a ex-ministra da Casa Civil lembrou que a escolha da sua sucessora, Erenice Guerra, foi do próprio Presidente Lula da Silva, já que foi ele que decidiu que seriam os secretários executivos a substituir os ministros candidatos.
"Naquele momento da mudança dos ministérios, o Presidente Lula definiu um critério, que a sucessão seria pelos secretários executivos. Isso foi generalizado", afirmou, depois de gravar o seu último tempo de antena. Dilma Rousseff voltou ainda a defender uma investigação rigorosa às denúncias de tráfico de influências e corrupção na Casa Civil. "Condenar antecipadamente não dá certo", afirmou aos jornalistas.
Erenice Guerra - que já se demitiu - é suspeita de tráfico de influências num negócio feito pelo filho entre a estatal dos Correios e uma companhia aérea. Ontem, foi aberta mais uma janela do escândalo. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo , Erenice nomeou uma das filhas do presidente dos Correios - antes mesmo de o nomear a ele - como sua assessora no ministério. Paula Damas de Matos foi afastada agora a seu pedido.
Este não é, contudo, o único escândalo a sair nas páginas dos jornais brasileiros. O mesmo Estado denuncia também um negócio que envolve a Empresa Brasil de Comunicação (a estatal conhecida como TV Lula) e uma companhia que emprega o filho do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Segundo o jornal, a Tecnet venceu um contrato de seis milhões de reais (2,6 milhões de euros) numa licitação feita à pressa, no final de 2009, para a qual não havia recursos.
Estas e outras denúncias feitas pelos media brasileiros levaram o Presidente a aumentar as críticas à imprensa. Depois dos ataques no sábado, num comício ao lado de Dilma, Lula voltou a atacar os media na terça-feira. "Liberdade de imprensa é uma coisa sagrada. Agora, não significa que você pode inventar coisa o dia inteiro", disse numa inauguração.
Lula lembrou já ter sido "vítima" de acusações em épocas de campanha. "Não podem colocar mais alguém para mentir e o povo acreditar. O povo sabe que quando escreve coisa errada é mentira, quando fala coisa errada é mentira, o povo sabe quando é mentira", indicou. Para hoje está marcado em São Paulo um "Acto contra o Golpismo Mediático", no qual participa o Partido dos Trabalhadores.
José Serra, que se encontra em segundo lugar nas sondagens, disse ontem numa entrevista que existe actualmente "chantagem sobre a imprensa brasileira".
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