DA SÉRIE " ACREDITE SE QUISER " . . .
TRADUÇÃO DO ESPANHOL DO SITE
Atrevete a pensar,
texto publicado em 10/7/2012
Talvez poucas pessoas saibam que a fábrica de armas Pietro Beretta Ltda. (a
maior indústria de armas no mundo) é controlada pela Holding SpA Beretta e que
o acionista majoritário da Holding SpA Beretta, depois de Gussalli Ugo Beretta,
é o Instituto para Obras de Religião (IOR), comumente conhecido como Banco do
Vaticano, instituição privada, fundada em 1942 pelo Papa Pio 12 e com sede na
Cidade do Vaticano.
A história por trás de tudo isso é a seguinte:
Roma não foi construída em um dia, tampouco o Vaticano, e menos ainda sua
opulência atual. Isso tem suas raízes no século 4 da era cristã, quando o
imperador Constantino se converteu ao cristianismo e colocou à disposição do
papa Silvestre I uma fortuna colossal de fato o transformou no primeiro papa
rico na história.
A Igreja Católica é a única organização religiosa do mundo que tem como
quartel-general um estado independente: a cidade do Vaticano. Com seu 0,44
quilômetro quadrado de superfície o Vaticano é muito menor do que muitos campos
de golfe no mundo; e para percorrê-lo sem pressa não se necessita muito mais
que uma hora; contar suas riquezas, contudo, levaria bastante mais tempo.
A moderna opulência do Vaticano baseia-se na generosidade de Benito
Mussolini que, graças à assinatura do Tratado de Latrão entre seu governo e o
Vaticano, outorgou à Igreja Católica uma série de garantias e medidas de
proteção. A Santa Sé conseguiu que a reconhecessem como um estado soberano,
beneficiou-se com a isenção fiscal de sua propriedade para beneficiar seus
cidadãos, que não precisavam pagar os direitos aduaneiros pelo que importavam
do exterior. Foi-lhe concedida imunidade diplomática e seus diplomatas
começaram a desfrutar dos privilégios da profissão, igual assim como os
diplomatas estrangeiros reconhecidos junto à Santa Sé. Mussolini prometeu
introduzir o ensino da religião católica em todas as escolas do país e deixou a
instituição do casamento sob a égide das leis canônicas, que não admitiam o
divórcio. Os benefícios que o Vaticano recebeu foram enormes, dentre eles, os
benefícios fiscais foram preponderantes.
Em 1933, o Vaticano mais uma vez demonstrou sua capacidade de estabelecer
negócios lucrativos com os governos fascistas. A concordata de 1929, assinada
com Mussolini, foi seguida por outra entre a Santa Sé e o 3º Reich de Hitler.
O
gestor Francesco Pacelli foi uma das figuras-chave do pacto com Mussolini: seu
irmão, o cardeal Eugênio Pacelli, futuro papa Pio 12, foi responsável pela
negociação como secretário de Estado do Vaticano, assinando um tratado com a
Alemanha de Hitler. Pio 12 conhecia bem a Alemanha.
Ele fora núncio em Berlim,
durante a 1ª Guerra Mundial, e depois, como secretário de Estado de Pio 11,
teve inúmeras intervenções no rumo que estava tomando a política alemã. Nesta
qualidade interveio decisivamente na encíclica de Pio 11, conhecida como Mit
brennender sorge (que se pode traduzir ?Com preocupação ardente?). A
iniciativa da encíclica partiu, ao contrário do que se acredita, dos bispos
alemães, sendo o primeiro rascunho escrito em Roma pelo Cardeal Faulhaber.
O
então cardeal Pacelli, que fala alemão, deu-lhe a forma final, apresentada a
Pio 11, sendo então assinada e publicada. Apesar da constante e grande pressão
mundial, o papa Pio 12 sempre se negou a excomungar Hitler e Mussolini; seu pontificado
foi caracterizado pela adoção de uma falsa postura de neutralidade.
Quando os
nazistas invadiram a Polônia, o papa Pio 12 se recusou a condenar a invasão;
uma das maiores vantagens que obteria o Vaticano do muito lucrativo acordo que
mantinha com Hitler era a confirmação de Kirchensteuer, um imposto
eclesiástico; trata-se de um imposto estadual que ainda hoje os fiéis alemães
devem pagar, e só podem escapar se renunciarem à sua religião. Na prática,
muito poucos renunciam.
Este imposto representa por si só entre 8 e 10% dos
impostos totais arrecadados pelo governo alemão.
NOTA : DEPOIS DISTO . . .
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