MINHA CASA MINHA VIDA, MEU DINHEIRO, MEU AMOR !
“O GLOBO “
14-04-2013
Máfia de ex-servidores do governo do
PT, ligados à Erenice Guerra, domina "Minha Casa, Minha Vida". 80.000
casas sob suspeita. Grupo criou esquema utilizando construtores de fachada para obter
contratos
Um
esquema de empresas de fachada, parte delas registrada no mesmo endereço e
controlada por um grupo de ex-funcionários do Ministério das Cidades, abocanha
cada vez mais contratos para construção de casas populares destinadas às faixas
mais pobres da população. No centro da história está a RCA Assessoria
em Controle de Obras e Serviços, empresa com sede em São Paulo e três sócios:
Daniel Vital Nolasco, ex-diretor de Produção Habitacional do Ministério das
Cidades até 2008 e filiado ao PCdoB; o ex-garçom do ministério José Iran Alves
dos Santos; e Carlos Roberto de Luna.
A
RCA funciona numa sede modesta, mas apresenta números invejáveis para quem está
no setor há tão pouco tempo. Alardeia atuar em 24 estados e mil
municípios, e garante que entregou 80 mil casas. Hoje, estaria à frente da
construção de 24 mil unidades. O faturamento milionário da RCA virou alvo de
disputa judicial, que expõe supostas conexões da empresa com o PCdoB. Até a
ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra tem o nome citado.
A
RCA dá consultoria a prefeituras e beneficiários, e atua como correspondente
bancário de sete pequenas instituições financeiras autorizadas a repassar
verbas federais nos programas de casas populares para cidades com menos de 50
mil habitantes. Atuou no Programa Social de Habitação (PSH) e agora opera no
seu sucessor, o Minha Casa. Até aí, tudo dentro da normalidade. Mas a RCA faz
mais: consegue ao mesmo tempo ser representante do agente financeiro, tocar
construções e também medi-las e fiscalizá-las. Para isso, usa uma
rede de empresas que os sócios e os funcionários registraram em seus nomes e
cujos endereços ou são na sede da RCA, em São Paulo, ou na casa de parentes.
O
site da empresa dava o exemplo de como a RCA frauda o processo de seleção de
construtoras que vão executar obras financiadas com recursos federais e
encomendadas por prefeituras. Para contratar uma construtora responsável pela
execução de obras no Espírito Santo, lançou um edital de convocação em dezembro
de 2012. O site convocou os interessados e dias depois divulgou os vencedores.
Duas foram selecionadas. Uma delas é a JB Lar. Tudo como manda o figurino. Não
fosse um detalhe: o endereço da JB Lar é o mesmo da RCA, a Avenida Brigadeiro
Luiz Antônio 4.553. A JB Lar foi habilitada para construção de 95 casas no
Espírito Santo. Na sexta-feira, após ser procurada pelo GLOBO, a RCA tirou do
ar o link “Editais” do seu site.
O
esquema de empresas de fachada está narrado numa ação na Justiça de São Paulo.
Nela, Fernando Lopes Borges — outro ex-servidor do Ministério das Cidades, que
seguiu na Secretaria Nacional de Programas Urbanos até ser exonerado por
abandono do cargo em 2010 — apresenta-se como sócio oculto da RCA. Ele era
representado no negócio pelo irmão Ivo, já falecido. E a disputa pelo
faturamento da empresa começou justamente após a morte de Ivo.
Num
acordo prejudicial, Fernando chegou a receber pouco mais de R$ 1 milhão da RCA.
Mas quer mais e briga na Justiça. Na ação, afirma, sem apresentar
provas, que o desvio de recursos do Minha Casa Minha Vida teria começado com
Erenice Guerra. Ela teria articulado a entrada de bancos privados na operação
do programa em pequenos municípios. Segundo o denunciante, teria direito a R$
200 por casa construída. Fernando sustenta na ação que o negócio chegaria a
render R$ 12 milhões.
Ele diz que o PCdoB desde 2005
receberia dinheiro desviado para a construção de casas populares do Programa de
Subsídio Habitacional (PSH), que foi absorvido pelo Minha Casa Minha Vida. Procurado, Fernando sustentou que a RCA está
envolvida em irregularidades nos programas federais do Ministério da Cidades,
mas não quis confirmar as denúncias contra Erenice e o PCdoB. No processo,
Fernando mostra uma troca de e-mails entre Carlos Luna, da RCA, e o escritório
Trajano & Silva, que foi fundado por Erenice. Eles tratam da retirada do
sócio Ivo e do valor que deveria ser pago a Fernando.
O
esquema incluiria a construtora Souza e Lima Engenharia, que pertence ao
ex-engenheiro e ao ex-gerente-geral da própria RCA. Essa empresa fez casas no
Maranhão para o Minha Casa Minha Vida em contratos geridos pela RCA. Outra
empresa de pessoas próximas prestou o mesmo serviço. A Martins MA Engenharia —
que hoje pertence ao cunhado de Daniel Vital Nolasco — também construiu casa
para a RCA.
Na
ação, Fernando reclama a sociedade nas empresas de assessoria cadastral
Artifício, Setorial, Sigma e Marketplan. Todas seriam do grupo RCA. As três
primeiras têm Nolasco como sócio. José Iran é um dos donos da última. O grupo
tem participação em outras empresas. Carlos Luna e José Iran são donos da
Superdata. Luna é um dos sócios da LL Engenharia. Fernando relata no processo
que há contratos com a DJC/Naza Engenharia, que seria responsável pela
construção de oito mil casas. Essa empresa seria de Divaildo, irmão de Celma
Casado Silva. Ela foi exonerada em fevereiro deste ano da Secretaria de
Habitação do Ministério das Cidades. Segundo o órgão, ela foi exonerada a
pedido. ( O GLOBO)
NOTA : SE GRANDE PARTE DESTA GENTE, DE ACORDO COM O HISTÓRICO ( SÓ AQUELE QUE SE CONHECE . . . ), JÁ ESTIVESSE PRESA COMO DEVERIA, TALVEZ MUITOS DOS CASOS DE REINCIDÊNCIA NÃO SE DESSEM, E O EXEMPLO, SERIA DISSUASOR DE NOVOS ASSALTOS AO DINHEIRO PÚBLICO . . .
SÓ NO BRASIL, O FACTO DE ALGUMAS PESSOAS QUE SÃO OU FORAM PRÓXIMAS DAS FIGURAS CIMEIRAS DO ESTADO SEREM APANHADOS NESTAS VIGARICES SEM FIM, PARECE NÃO AFECTAR, NEM O PRESTÍGIO DE QUEM DIRIGE, E OS ESCOLHE, E NEM ALTERAR O RUMO DOS ACONTECIMENTOS DE MODO A EVITAR FUTUROS CASOS !
DIFICILMENTE, NAS PRÓXIMAS DÉCADAS ESTAS SITUAÇÕES SE ALTERARÃO, A JULGAR PELA CLASSE POLÍTICA QUE VIVEU, VIVE, E SÓ SABE VIVER, NESTE MUNDO DE TRAFULHICE E DESONESTIDADE ! LAMENTAVELMENTE.
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