ESTAMOS ENTREGUES A ISTO . . . ATÉ QUANDO ?
“ O GLOBO “
09-06-2013
Com verba pública do fundo partidário, políticos empregam parentes em
legendas. Nos 30 partidos
legalizados, familiares ocupam pelo menos 150 cargos de direção.
BRASÍLIA - Se fosse possível resumir em uma mesma
denominação todas as siglas partidárias em atividade atualmente no país, talvez
um bom nome fosse Partido da Família S/A. De Norte a Sul do país, os partidos políticos brasileiros
de todos os tamanhos são dominados por grupos familiares que, em muitos casos,
são bem remunerados para comandar essas legendas e fazer todo tipo de
negociação — da política a arranjos financeiros. Levantamento realizado pelo GLOBO nos 30 partidos
registrados oficialmente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encontrou pelo
menos 150 parentes em cargos de direção nas legendas. São cônjuges, irmãos,
pais, tios, primos que ocupam os principais postos de comando, como
presidentes, vice-presidentes, secretários-gerais e tesoureiros. E muitos deles
fazem dos partidos sua principal fonte de sustento, tornando-se políticos
profissionais. Nos partidos menores, com pagamento em dinheiro público do Fundo
Partidário, clãs familiares tornam-se os verdadeiros donos das siglas,
dominando-as por mais de 20 anos.
Às vezes, os pagamentos aos parentes ocorre de forma indireta:
dirigentes que recebem como consultores da própria agremiação que dirigem;
diretores que alugam os próprios imóveis como sede partidária; e carros de luxo
comprados para dirigentes. As despesas dos partidos, inclusive os salários de
familiares e amigos, são pagas com o dinheiro de um cofre que distribuirá neste
ano mais de R$ 300 milhões: o Fundo Partidário. Isso sem contar as multas, que
acrescem importante valor a essa cifra.
Para cientistas políticos que estudam a história partidária
brasileira, o cenário atual apenas consolida o comportamento de políticos em
outros períodos. Desde a Colônia, a política é dominada por famílias, que veem
nessa atividade uma forma de ascender ao poder, mantê-lo e enriquecer.
— Essa é uma característica que já chamava a atenção dos
viajantes que por aqui estiveram no período colonial, no Império e na
República. É o patrimonialismo praticado de forma deslavada — analisa o
professor Paulo Roberto da Costa Kramer, cientista social da Universidade de
Brasília (UnB).
NOTA : E NINGUÈM É PRESO, NEM DEVOVEM AS VERBAS !
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