domingo, 2 de dezembro de 2007

ACARI CONNECTION

O DIA - 1/12/2007

Acari S.A.: Tráfico
‘aposenta’ chefões
Leslie Leitão

Em dois levantamentos feitos pela ONU, em 1991 e 2002, Acari apresentou o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio de Janeiro, com números comparáveis aos das nações africanas mais pobres. Para os quase 40 mil habitantes do complexo de favelas do bairro, ao lado das precárias condições de saneamento, moradia, educação e saúde, resta um paradoxo: a convivência com uma das bocas-de-fumo mais rentáveis da cidade. São 100 quilos de cocaína por mês, segundo investigações da Polícia Civil, negociados em moldes empresariais, gerando faturamento de R$ 2 milhões mensais e que inclui até uma espécie de plano de previdência social.
Trata-se de uma ‘aposentadoria’ que não prevê 35 anos de tempo de serviço. Um dos beneficiados, Carlos Eduardo Sales Cardoso, o Capilé, obteve, por exemplo, o benefício ano passado, com 26 anos. Era o gerente-geral das bocas-de-fumo da favela. Juntou seus lucros (a polícia fala em R$ 1 milhão) e fugiu, deixando seu lugar para o traficante Abelha.
Mais um ano se passou e terminou o novo ‘mandato’. No próximo dia 15, uma grande festa está prevista para marcar a saída de Abelha. Com o que conseguir arrecadar, ele também terá o direito de abandonar a vida criminosa na favela.
“Trocar o comando foi a maneira encontrada por Derico de dar oportunidade a todos e, principalmente, evitar que alguém concentrasse poder por muito tempo”, explica um inspetor da Polinter, que há seis meses investiga a quadrilha.
Derico é Alberico de Azevedo Medeiros. Preso em agosto de 2004, em Maringá, Interior do Paraná, ele foi absolvido e, convertido à fé evangélica, deixou Bangu 1 em março do ano passado. Depois, passou a acompanhar o pastor Marcos Pereira da Silva em cultos do líder da Assembléia de Deus dos Últimos Dias....///...
O Amarelinho, hoje, é controlado pelo bandido conhecido como Boca. Em Acari, o candidato único para o ‘cargo’ está escolhido: Fia.
As punições para quem descumpre as regras da ‘empresa’ quase sempre são pagas com a vida. Nenhum traficante pode passear fora da favela sozinho, temendo que alguém seja pego pela polícia e se transforme em informante. Eles, então, saem em grupos e praticamente só freqüentam bailes de comunidades dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Outra tática para evitar ser preso em casa é a mudança de local para dormir. Quase toda noite, às 4h30, um foguetório indica que todos devem trocar de esconderijo.Os plantões são de 24 horas, divididos por equipes de oito ‘vapores’. As cargas de 2.600 sacolés ficam na responsabilidade de cada gerente. Todos faturam alto. Um deles, Herbert da Silva Santos, o Marrom, foi preso no último dia 22 pela DRFC. Gerente da localidade conhecida como Coroado, ele admitiu que chegava a embolsar R$ 8 mil mensais. “Um vapor consegue ganhar R$ 4 mil, às vezes R$ 6 mil”, contou o rapaz de 24 anos, no tráfico desde os 12.
Um arsenal de cerca de 200 fuzis faz de Acari uma das mais bem armadas quadrilhas do Rio. “Essa obsessão por armas foi disseminada pelo Robinho Pinga (Robson André da Silva) em todo o TCP. Acari, apesar de não adotar a política do confronto com a polícia, tem muita arma”, diz um inspetor da Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae). ...///...

Diretor da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), Marcus Vinícius Braga confirma o que diz Oliveira: “Eles sabem que se levarem um caminhão pra lá, nós vamos atrás deles”.
Com essa política — adotada desde os anos 80 —, Acari ficou longe do foco da polícia ao longo de 2007.
E para evitar as tentações, então, os bandidos resolveram sortear carros. A cada 15 dias, alguém da quadrilha ganha um. O último foi um Gol prata, devidamente colocado em nome de parente.
“Eles são comerciantes de droga. A cada três meses um matuto (fornecedor conhecido como João) coloca 300 quilos de cocaína lá dentro. E sem a polícia por perto, eles vão enriquecendo”, atesta o agente da Polinter.

Transformar um quilo de cocaína em três — a média das favelas é misturar para obter seis — fez Acari atrair viciados de toda a cidade. E a política não é nova. Em 1990, uma operação da polícia chegou a prender 250 usuários em uma fila na comunidade. ...///...


NOTA : A ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, PELO QUE NOS É DITO, CHEGA A PREOCUPAR-SE MAIS COM AS APOSENTADORIAS DOS SEU FUNCIONÁRIOS QUE O PRÓPRIO GOVERNO . . .


O ESTADO, AO OMITIR INVESTIMENTOS NAS COMUNIDADES CARENTES ( TERMO QUE NO BRASIL SE USA HIPOCRITAMENTE PARA DENOMINAR AS FAVELAS, TAMBÉM DENOMINADAS DE " COMUNIDADES " ), ABRE A PORTA, A QUE TRAFICANTES INTELIGENTES, SE SUBSTITUAM EM ACTIVIDADES, QUE AO ESTADO COMPETIA MANTER . . .


DEPOIS, COMO ESTE NEGÓCIO DE COMPRAR E VENDER, É UM COMÉRCIO BEM LUCRATIVO, TRATANDO-SE ENTÃO DE DROGA, O DINHEIRO DO LUCRO, CHEGA PERFEITAMENTE PARA TUDO, PORQUE QUEM GERE ESTE DINHEIRO SABE QUE SE ROUBAR, É PERSEGUIDO, E MAIS DIA MENOS DIA ACABA MORTO, UMA COISA QUE, OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS NO BRASIL, TÊM A CERTEZA QUE NÃO LHES ACONTECE, NA MAIOR PARTE DOS CASOS, NEM PRESOS SÃO . . .


DAÍ QUE SE POSSA COM SEGURANÇA AFIRMAR, QUE O NEGÓCIO PROSPERA, E OS TRAFICANTES, PERANTE AS " COMUNIDADES ", AINDA FICAM, PARA ALÉM DO PODER DO DINHEIRO, E DO PODER DA ORDEM NA FAVELA, COM SE FOSSE UMA AUTORIDADE PREOCUPADA COM O SOCIAL DA COMUNIDADE ! . . .


O ESTADO, AINDA NÃO PERCEBEU ISTO ? . . .

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