domingo, 2 de dezembro de 2007

CHAMEM A POLÍCIA ! . . .

O DIA - 2/12/2007

Grupos de matança
já são um batalhão
Corregedoria da Baixada
investiga participação de
300 policiais militares em
quadrilhas de extermínio
Jefferson Machado


Trezentos policiais militares estão sob investigação da 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) por envolvimento com grupos de extermínio na Baixada Fluminense. O contingente é equivalente a todo o efetivo de batalhões da PM no interior do estado. Reunindo denúncias e inquéritos que envolvem assassinatos desde 2005, o levantamento inclui até a participação de oficiais.
“Desvios de comportamento estão ligados sempre a ilegalidades como roubo de cargas, veículos e tráfico de drogas. Mas extermínio parece ser o carro-chefe desses grupos na Baixada”, afirma o coronel Sérgio Nascimento, da DPJM.
O levantamento da Polícia Judiciária Militar revela as áreas mais visadas pelos criminosos: Palhada, Rosa dos Ventos, Austin, Morro Agudo, Posse e Comendador Soares, em Nova Iguaçu; e Imbariê, Parque Fluminense, Campos Elíseos, Saracuruna e Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias.
Segundo o coronel, a 3ª DPJM está com cerca de 200 procedimentos apuratórios e o objetivo agora é tentar reunir provas que possam caracterizar o envolvimento dos policiais com esses grupos. “Não podemos afastar o policial até que a participação no crime esteja comprovada”, ressalta.
Sérgio Nascimento cita o caso de um cabo, ligado a um político de Nova Iguaçu, que lidera um grupo de extermínio na cidade. “Sabemos que ele é o cabeça do grupo e que cometeu vários crimes, mas ainda não temos provas para levarmos o acusado à Justiça”, explica.

As ações deste grupo também são investigadas pelo delegado da 56ª DP (Comendador Soares), Nilton Gama. Segundo ele, o bando atua em Cabuçu e no bairro Palhada, e teria sete pessoas, sendo quatro policiais militares. O delegado também investiga outro grupo de extermínio em Nova Iguaçu, que atuaria entre Cabuçu e o bairro Km 32, na Estrada de Madureira e teria a participação de cinco PMs. “Estamos próximos de identificar todos”, disse Nilton Gama.
Segundo o coronel Sérgio Nascimento, quando há policiais envolvidos, mesmo ocorrências isoladas são investigadas a fundo para que se verifiquem possíveis relações com crimes maiores. O coronel disse que uma das maiores dificuldades é fazer com que as testemunhas prestem depoimento.
A Chacina da Baixada, ocorrida na noite de 31 de março de 2005, foi um retrato vivo da ação dos grupos de extermínio — bandos que colocaram a Baixada Fluminense no ranking das regiões mais violentas do mundo. Depois de uma série de atentados, 29 pessoas foram assassinadas nos municípios de Queimados e Nova Iguaçu.
As polícias Civil e Federal conduziram inquéritos paralelos para investigar os casos. Nenhum dos inquéritos até hoje revelou os motivos dos crimes. Durante os depoimentos à Justiça, uma testemunha disse ter ouvido de um PM que o massacre era uma resposta ao rigor imposto por comandantes de batalhões.
Os policiais foram denunciados pelo promotor Marcelo Muniz por homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Para o promotor, a participação de PMs em grupos de extermínio na Baixada existe devido à ausência do poder público. “Os grupos atuam com respaldo de parte da população, só que agem para obter vantagens próprias”, explica Muniz.


NOTA : ISTO, É A POLÍCIA ! IMAGINEM O RESTO ! . . .

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